Conviver com as Diferenças
Quando ouvimos a palavra inclusão, ou melhor, que uma escola é inclusiva logo nos vem à mente uma escola que abriga crianças, jovens e adultos portadores de necessidades especiais. Mas a perspectiva de uma escola inclusiva vai muito além, sobretudo no que diz respeito à diferença.
Todos nós temos diferenças, particularidades, singularidades, então temos que respeitar e aceitar a individualidade de cada um e do grupo que pertencemos, observando o meio social e cultural em que cada ser vive para que assim a escola possa atender as necessidades de cada um, colaborando para a firmação do ser.
Diferença. Essa talvez seja a palavra-chave para compreendermos o conceito de escola inclusiva, pois, uma escola inclusiva deve estar aberta as diferenças, melhor dizendo, deve conceber a diferença como algo peculiar do sujeito, afinal nós seres humanos somos semelhantes não iguais! Tendo em mente que cada ser humano tem particularidades, que é um ser único, não há motivos para haver discriminação, pelo menos não deveria. Tachar pessoas com qualquer tipo de necessidade especial como “o diferente” por causa da deficiência é pura ignorância. Ter essa visão é enxergar as deficiências como “[...] fixadas no indivíduo, como se fossem marcas indeléveis, a partir das quais só nos cabe aceitá-las, passivamente, pois nada poderá evoluir além do previsto no quadro geral das suas especificações estáticas [...]” (MANTOAN, 2004) – esse pensamento é absurdo, pois, todos nós podemos em qualquer momento da vida adquirir algum tipo de deficiência, devido a algum problema de saúde, acidente de trânsito, entre outros; é algo de que não temos controle. Mas no caso de acidente a idéia de recuperação, superação é aceita com mais facilidade. O tratamento em relação a pessoas que nascem com determinada deficiência não pode ser diferente (no sentido de segregação, discriminatório), pois o ser humano possui a capacidade de adaptação.
A escola tem o papel principal não apenas de construir conhecimento mas sim de propiciar e criar um ambiente de diversidade e desenvolver práticas de educação inclusiva.
Todos devem estar disponiveis para infrentar a situação da inclisão escolar, ela vem promover mudanças necessárias no sistema educacional que ja não era satisfatório tanto na escola de ensino regular como na escola de ensino especial. Favorecendo uma filosofia baseada em principios democraticos e igualitários que promovam uma educação de qualidade para todos os seus alunos. A escola deve ensinar o que o aluno inclusivo precisa e não o que pensa que deva ser ensinado. É importante a criação de um ambiente acolhedor que acomode a diversidade, incluindo alunos e professores havendo uma formação mais abrangente e continuada de todos os profissionais da escola, incluindo reuniões periodicas com a presença dos pais, para que se salientem as vitórias e as dificuldades, buscando sugestões em conjunto para a melhoria desejada. Hoje a educação inclusiva não é impossivel, mas está longe de ser a ideal e de acontecer de fato.
Devemos então cultivar o hábito de refletir, nos colocar sempre no lugar do outro, pois, amanhã podemos estar em situação parecida e precisamos de bons exemplos para nos espelhar e inspirar.
Sabemos que mudar pensamentos não é fácil. A escravidão foi abolida no Brasil há mais de 100 anos e ainda hoje, negros e seus descendentes sofrem preconceitos: discriminação por causa da cor. A mudança leva tempo, e nesse contexto a escola exerce um papel fundamental, pois, ela educa para o convívio em sociedade. Sendo assim ela não pode permitir qualquer tipo de discriminação, seja por cor, raça, gênero, religião, ou qualquer outra característica. Além disso, deve promover o respeito a todos - com ou sem deficiências (físicas, psíquicas) e entre todos os que atuam nela - sem privilégios hierárquicos.
REFERÊNCIAS:
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. O direito de ser, sendo diferente, na escola. Disponível em:< http://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/cej/article/viewFile/622/802>. Acesso em: 09.05.2012.